quarta-feira, 4 de junho de 2014

Novo site, novo blog!

Escrevo este post para informar que este blog, BENEFÍCIO DA DÚVIDA, será aqui mantido com todo seu histórico, mas não mais atualizado.

Estou estreando um NOVO SITE, que inclui também um NOVO BLOG!

Em breve publicarei meu primeiro romance, e ficarei contente de ter vocês, seguidores deste blog, acompanhando os acontecimentos! O meio mais fácil é assinando a newsletter abaixo!

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Vai ter Copa!

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Link Estado (custo dos estádios)

Link Folha (despesas em Saúde)

Leia também um texto mais completo sobre o assunto:

Vai ter Copa: argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A invenção de Morel

ainvencao_morel_gde

O curto romance A invenção de Morel, lançado por Adolfo Bioy Casares em 1940, pode ser lido em cerca de duas horas. Eu não me levantei até completá-lo.

O início é misterioso e, em pequena medida, perturbador, mas aos poucos nossa imaginação começa a focar apropriadamente naqueles eventos e na mentalidade do narrador e logo já podemos enxergar esse protagonista e acompanhá-lo em suas andanças pela ilha isolada aonde foi se esconder da polícia.

Concordo com Carpeaux — autor de artigo que ilustra esta nova edição como posfácio — que enquadrar o romance como “ficção científica” pode confundir sua apreciação. Apesar de inspirado em A ilha do Dr. Moreau, de H.G. Wells (que não li), Morel apresenta-se como uma obra mais complexa, em que o elemento científico é subjacente, enquanto o mistério, as peripécias e até seus aspectos psicológicos são pluralmente ressaltados.

A prosa de Casares tenta ser clara com suas frases curtas, mas persistentemente evitando a sensação de obviedade. Essa preocupação não o poupa de certas paragrafações truncadas e da marcante semelhança com o estilo do conterrâneo e amigo Jorge Luis Borges.

Borges assina o prefácio original, também presente nesta edição da Cosac&Naify. Nele, afirma que “discutiu os pormenores” com o autor e a considera “perfeita”. Com sua erudição virtualmente infinita, Borges ainda assim sempre cultivou os superlativos. Mas estaria errado em sua avaliação? Eu tenho desistido dessa espécie de veleidade. A perfeição talvez só exista na cabeça de um lunático como Morel.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

EXPERIÊNCIAS COM ANIMAIS... trecho de uma peça

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Há alguns anos, quando a Eloisa Elena me chamou para escrever sua próxima peça, fiquei muito contente pela oportunidade de trabalhar com ela, com o grande Fernando Alves Pinto e com a querida Yara Novaes (que hoje foi indicada para o APCA de melhor atriz pela peça "Contrações"!).

A peça tem se apresentado em muitos teatros e festivais, e voltou recentemente para uma temporada de um mês em São Paulo, em outubro.

Ao revê-la depois de cerca de dois anos, achei curioso ter escrito o trecho abaixo, que veio a calhar para a época da reapresentação.

*************
"Hoje em dia, tem gente que acha muita crueldade as experiências feitas com animais. Porque injetam neles substâncias tóxicas, ou realizam amputações brutais.

A mais dura experiência feita com um animal, porém, não provocou nenhuma mágoa física. O pesquisador pegou um casal de pombos, pássaros muito leais e que vivem bem a dois, e os submeteu a separações. A separações cada vez maiores.

O macho, privado por alguns dias de sua fêmea, passou a cortejar uma pomba de outra espécie. Depois de semanas sozinho, sua atenção se voltou para uma triste e imóvel pomba empalhada. Ampliada sua solidão, ele passou a se interessar por uma massa disforme de trapos secos.

No último estágio da desolação, o instinto do pombo abandonado se voltou para o vazio, para a parede plana e indiferente da gaiola."

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Novo Campeão Mundial de Xadrez

Magnus_Carlsen_Tata_Steel_2013

O mundo tem um novo Campeão Mundial de Xadrez, mas os portais brasileiros não deram nada ainda. Nem no finalzinho da página.

O Xadrez é um jogo cada vez mais profissional e disseminado. O Brasil é um dos países que mais crescem em praticantes.

O jogo já dominou as manchetes dos jornais em certos períodos, como quando o americano Bobby Fischer desafiava a hegemonia soviética, quando o jovem Kasparov derrotava Karpov nos tempos da Perestroika ou quando o mesmo Kasparov foi derrotado pelo computador Deep Blue.

Nem estou falando pra destacar a notícia no portal, como se fosse um evento do futebol ou a disputa de um reality show. Mas pelo menos poderia ter uma chamadinha discreta, no lugar de um dos títulos, por exemplo:

    • "Empresário paulista come 48 pedaços de pizza e acaba expulso de rodízio." (Globo.com)
    • "Farei de tudo, além da gostosa, diz Ellen Roche." (UOL)
    • "Mulheres ingerem algodão embebido em suco para emagrecer." (Terra)

Magnus Carlsen, norueguês de 22 anos, é a 20.a pessoa a chegar a esse título em cerca de 150 anos de tradição. Apesar de jovem, não surpreendeu quem acompanha o Xadrez: ele começou sua notoriedade já aos 13 anos, quando conquistou o título de Grande Mestre, e detém desde 2010 o maior rating FIDE da modalidade.

O match contra o campeão anterior, o indiano Viswanathan Anand, deveria durar 12 partidas, mas foi encerrado após a 10.a, com a vitória garantida por 6,5 – 3,5. Carlsen venceu 3 partidas, empatou 7 e não perdeu nenhuma.

Por quanto tempo ele manterá o título?

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Qual o seu código Pantone?

bogota-collage

Achei bacana essa exposição no Sesc Consolação, em São Paulo. Que, aliás, foi expandida para grandes painéis alinhados na Praça Rotary, que fica quase do lado.

A fotógrafa Angélica Dass faz imagens das pessoas e usa a cor de um quadrado de 11 x 11 pixels do rosto delas para compor o plano de fundo. Embaixo, especifica a escala Pantone daquela cor.

Assim, mostra que somos de numerosíssimas cores diferentes. A escala Pantone é industrial e universal: portanto, objetiva.

Angélica Dass não seleciona quem será fotografado. Qualquer um pode se oferecer. É um trabalho em andamento, limitado apenas ao número de habitantes do planeta.

E aí? Você só gosta de pessoas do seu mesmo código Pantone?

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sobre o fim da vida

porumfio

Ler Por um fio, de Drauzio Varella, foi para mim um exercício de coragem.

Praticamente todos já tiveram a experiência sofrida de acompanhar um familiar ou amigo na jornada derradeira até o fim. Encarar um livro que promete esmiuçar esses momentos tão difíceis, do ponto de vista de um médico cheio de histórias, era algo que me desafiava.

Comprei o livro com séria dúvida de se chegaria até o final.

Mas a obra é excelente e consegue manter nossa esperança ao alternar histórias duras com inesperadas salvações, lições sobre a vida e relatos tocantes sobre como cada paciente reage e cada família se comporta diante da prolongada agonia.

O texto mostra uma autoria com consciência estrutural e uma linguagem bastante precisa e harmônica. A leitura torna-se sempre agradável.

Eu recomendo este livro para todas as pessoas. Não imagino quem não possa aprender algo com ele.