quinta-feira, 30 de junho de 2011

Beatles, evoluindo de estéreo para mono

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Sempre que ouvia Beatles num bom aparelho, tinha a sensação de que o estéreo soava um pouco falso. Era em especial desagradável quando as múltiplas vozes ficavam mais evidentes. Atribuía isso à tecnologia incipiente da época.

Porém, quando li que a indústria beatlefonográfica havia lançado a obra da banda em remasterização mono, fiquei curioso. Pelo senso comum, parece uma “regressão”. E a pulga fica sempre atrás da orelha a cada enésimo lançamento para faturar nessa mina (merecidamente) inesgotável.

Foi aquela sensação antiga que me conduziu a pesquisar sobre o negócio. Então li neste ótimo post que o próprio George Martin, um dos diversos quintos beatles, teria dito há muito tempo que para conhecer de fato os Beatles seria necessário ouvir suas gravações em mono.

Ao ouvir algumas faixas em mono, percebi algo de fato um pouco mais “correto”. Não acompanho o relator na empolgação, mas a princípio o mono é mesmo preferível, não que tenha grandes virtudes, mas porque escapa daquele estéreo forçado.

Arriscando uma comparação: quando lançaram o sistema de áudio 5.1, ouvi gravações serem transformadas de estéreo para esse formato, e a sensação em muitos casos era a mesma, que estavam tentando encaixar algo consolidado para caber no novo brinquedinho, fazendo pedaços de som aparecerem estapafurdiamente numa caixa e em outra. Acho que o que ocorreu com os Beatles foi algo análogo: tudo era pensado para o mono, depois vinham técnicos pra jogar aquilo em estéreo, porque era a “onda”.

Então é assim: se você já gastou muitos cruzeiros ao adquirir todos os LPs em vinil dos Beatles… e depois muitos cruzados novos para recomprá-los nos primeiros laser discs, e depois muitos reais para pegar tudo de novo em CDs… está na hora de gastar um montão de dólares para ter as músicas em mono.

Ou não! Alegre