terça-feira, 29 de julho de 2008

Como fazer a Paz

Mulheres judias e muçulmanas resolveram se organizar para, num encontro periódico, fazer doces e conversar sobre qualquer assunto, exceto o conflito entre Israel e Palestina. As "Construtoras da Paz" são da França.

Essa ação é perfeita. Não importam as questões objetivamente políticas. O que mantêm conflitos desse tipo por tanto tempo é uma base cultural que está mais nas pessoas do que nas instituições, o que fica bem claro quando a criadora desse grupo diz que a hostilidade dos grupos é alimentada por "franceses judeus pensando que são israelenses e franceses muçulmanos pensando que são palestinos".

Acredito na eficácia dessa iniciativa pela paz. Veja a notícia completa.

E quero complementar sugerindo a todos que conheçam essa apresentação imperdível (em Power Point), que explica sucintamente o conflito e propõe uma solução simples e sensata. Para ver, discutir, mostrar aos amigos, alunos, etc.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Não haverá mais livros raros

Esta notícia do Diário Digital, de Portugal, é muito boa para quem ainda critica o mundo digital (e provavelmente nem deve estar lendo este blog...).

Felizmente, está acabando o "encanto" das obras raras, protegidas por vidros grossos ou escondidas em porões. Cerca de 600 livros da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra serão digitalizados pelo Google. Você poderá lê-los dentro de sua casa.

Eu disse "pelo Google". Trata-se de iniciativa privada. Não há custos públicos para Portugal.

Este é apenas um exemplo de digitalização de livros antigos, aos quais não se aplicam mais direitos autorais. Porém podemos tentar imaginar como seria um mundo dos livros digitalizados, incluindo lançamentos, sem ferir os direitos do autor ganhar com seu trabalho.

Uma idéia: empresas como a Google seriam "editoras digitais", que pagariam aos escritores de acordo com anúncios acessados, relacionados à pesquisa e exibição de suas obras. Os autores populares continuariam ganhando muito, e todos os demais também teriam sua chance.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dicionário gratuito e a "palavra do dia"

O Houaiss e o Aurélio, em suas formas digitais, são dicionários de grande qualidade. Porém têm um cu$to, enquanto o Aulete Digital é gratuito.

O Aulete está sempre atualizado, pois acessa a internet para buscar os verbetes. Por isso, se você tem mais de 30 anos, como eu, e não entende algumas gírias, usá-lo pode ser mais útil. Por exemplo, da hora e é dez você encontra no Aulete, mas não no Houaiss...

Além disso, ao se cadastrar para instalar o Aulete Digital, você passa a receber diariamente em seu e-mail a interessante "Palavra do dia". O editor desse breve newsletter apanha do noticiário um termo em evidência e faz um comentário sobre sua origem. No final, acrescenta a definição dada pelo Aulete. Colo abaixo três palavras que chegaram esses dias.

XADOR (xa.dor)
Uma pesquisa recente na Indonésia, maior nação islâmica do mundo, mostrou que mais da metade da população do país é contrária a obrigatoriedade do uso do xador pelas mulheres, que é recomendado pelo livro sagrado da religião muçulmana. A palavra"xador" tem sua origem do idioma persa, da palavra "chaddar", que tem como variação "chador". Segundo a definição do dicionário Aulete Digital, o xador é uma vestimenta feminina, geralmente negra, que cobre todo o corpo exceto parte do rosto, que se utiliza em alguns países mulçumanos.

DOGMA (dog.ma)
Na ultima semana, a Igreja Anglicana, que tem mais de 70 milhões de seguidores em todo mundo, aprovou, após diversas divergências, a ordenação de mulheres bispos, rompendo assim um dos mais antigos dogmas desta igreja.
A palavra "dogma", de origem grega, diferente do que muitos pensam, não tem origem religiosa. Antes mesmo do cristianismo, já era usada na política, tanto no grego como no latim, com significado de "decreto de alguém com autoridade superior". Posteriormente as igrejas adotam o termo para designar uma verdade incontestável da doutrina e da moral e ponto básico da fé.

GREVE (gre.ve)
A greve dos Correios já dura mais de duas semanas, causando transtornos a toda a população, com diversos atrasos na entrega de encomendas, contas e correspondências em geral. A palavra "greve" vem do francês 'grève' (faixa de areia ou cascalho à margem do mar ou de um rio). Sobre a origem da expressão, entende-se que, em Paris, os trabalhadores e desempregados costumavam se reunir numa praça à beira do Sena, perto da Prefeitura, chamada 'Place de la Grève'. 'Faire grève' ("fazer grève") inicialmente significava se reunir na praça para fazer reivindicações ou pedir mais empregos, até que, em 1805, a palavra ganhou o sentido de "paralisação voluntária e coletiva do trabalho", que persiste até hoje.
A palavra originou ainda algumas expressões como "greve de fome", que significa o ato de não se alimentar em nome de um protesto ou revindicação. Também temos a expressão "greve de braços cruzados", onde a paralisação se dá no local de trabalho.

sábado, 19 de julho de 2008

1, 2, 3: contar talvez não seja inerente à linguagem

Notícia vinda da BBC, neste link.

A língua falada por uma tribo amazônica que não tem palavras para designar números contradiz a noção de que o ato de contar seria inerente à capacidade cognitiva de seres humanos, afirma um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT).

A língua da tribo Pirahã, que vive às margens do rio Maici, em Rondônia, vem sendo estudada há vários anos por suas características singulares.

No estudo recente, publicado na revista científica Cognition, o professor Edward Gibson afirma que os Pirahã não têm palavras para expressar o conceito de "um" ou de outros números específicos.

Segundo a pesquisa, a tribo teria apenas expressões para designar quantidades relativas, como "muitas", "poucas" ou "algumas".

De acordo com Gibson, é comum assumir que contar é uma parte inata da capacidade cognitiva humana, mas "aqui está um grupo que não conta.

Eles poderiam aprender, mas não é útil em sua cultura, então eles nunca aprenderam".

"A pesquisa oferece provas de que as palavras que designam números são um conceito inventado pelas culturas humanas conforme a necessidade e não uma parte inerente da linguagem", disse Gibson.

Experimento
A pesquisa partiu de um estudo publicado em 2005 pelo lingüista Dan Everett, que viveu com os índios Pirahã entre 1997 e 2007.

A pesquisa de Everett dizia que a tribo tinha palavras para expressar a quantidade "um", "dois" e "alguns".

Gibson, no entanto, fez um experimento no qual a equipe apresentava um objeto ao índio e adicionava um novo objeto de cada vez até completarem 10.

Durante o processo, os pesquisadores pediam para que os índios contassem quantos objetos estavam expostos.

A equipe observou que a palavra que anteriormente foi identificada como se representasse o número "um" foi usada pelos Pirahã para expressar qualquer quantidade entre um e quatro.

Além disso, a palavra antes associada ao número "dois" foi usada pelos índios quando cinco ou seis objetos estavam expostos.

"Essas não são palavras para contar números. Elas significam quantidades relativas", afirmou Gibson.

Segundo ele, essa estratégia de contagem não havia sido observada antes, mas poderia ser encontrada em outras línguas na qual se usam as palavras um, dois e alguns para se contar.

A pesquisa de Gibson faz parte de um amplo projeto que investiga a relação entre a cultura da tribo Pirahã com sua cognição e linguagem, com base nos estudos do lingüista Dan Everett.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Chinesa livra assassino do filho da pena de morte

Apenas transcrevo.

Um chinês condenado à morte por assassinato viu sua pena reduzida a 12 anos de prisão graças ao pedido da mãe de sua vítima, que ele prometeu cuidar assim que deixar a cadeia, segundo informa nesta terça o Beijing News.

Em 2006, Song Xiaomin, 23 anos, e a vítima, Ma Gang, 26 anos, deixaram sua província natal, Hebei, e foram trabalhar em Pequim. Ambos passaram por uma série de empregos e, em janeiro deste ano, Song cobrou uma dívida de 560 yuanes que Ma tinha com ele, para que pudesse passar o Festival da Primavera com a família.

Como Ma se negou a pagar a dívida, Song o apunhalou. "Ma não me dava o dinheiro, então consegui uma navalha para intimidá-lo", disse Song durante o julgamento, que revisou a pena inicial após a petição de Liang Jianhong, de acordo com a agência EFE.

Além disso, a mulher rechaçou qualquer indenização financeira porque, segundo ela, a família do acusado é mais pobre do que a sua. Mas, apesar de salvar a vida do assassino de eu filho, Liang não pretende voltar a vê-lo.

Ainda assim, durante o julgamento, Song chamou-a de "mãe" diversas vezes e afirmou que, quando deixar a prisão, pretende cuidar dela. "Ela me deu uma segunda vida. É realmente uma grande pessoa que me ensinou o que é a tolerância", disse o rapaz.

No Terra.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Entrevista no jornal

Neste domingo, 13 de julho, o jornal A CIDADE, o mais tradicional de Ribeirão Preto, publicou uma matéria e entrevista comigo sobre meu programa "Como escrever um best-seller em 3 minutos". Vejam na íntegra no site do jornal.