domingo, 27 de fevereiro de 2011

xkcd em português [002]

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Mais uma de Randall Munroe!
Leia mais sobre essa webcomic na Wikipedia.

xkcd #523

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

xkcd – em português [001]

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O brilhante humor de Randall Munroe em seu xkcd está agora sendo traduzido para o português neste blog, com autorização do autor.

Estou começando, abaixo, com a mais recente publicação. Aos poucos, vou recuperar algumas tiras antigas também. Já são mais de 850.

Leia mais sobre essa webcomic na Wikipedia.

xkcd #857

Não dê um peixe a um homem - e ele vai quebrar o último frasco do antídoto!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Infância (do homem)

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Eram dois meninos se xingando, dois pares de ódios se encarando. Os outros meninos foram atraídos pelos gritos de luta promissora e fizeram em volta deles um círculo de entusiasmo. De repente estava peito contra peito, oito membros se esfregando, uma violência que até parecia amor.

Um garoto sobressaiu da turba e aproveitou um momento de desenlace dos lutadores para intrometer-se entre eles. Porém, não havendo gongo, ambos ignoraram a presença desse árbitro e voltaram a se chocar, agora mais estimulados pelos torcedores, que não ousavam deixar a plateia para partir em auxílio de seus preferidos.

Desequilibrado, o garoto misturou-se de volta à massa. Mas ato contínuo destacou-se dela novamente e, com o olhar selvagem que destoava de um suspiro compassivo, avançou outra vez contra os meninos, os braços com força conseguindo separá-los, enquanto gritava palavras de mãe e pai.

Desta vez os lutadores perceberam o pacificador. Um deles o reprovou com a fúria de quem parecia estar assinalando um novo adversário. O outro pareceu conceder-lhe uma gratidão ofegante. Mas bem depressa três ou quatro espectadores avançaram contra o garoto e o agarraram e o repuseram na massa, para o entretenimento continuar.

Submisso, o garoto livrou-se do grupo e preferiu afastar-se da barbárie, caminhando com leveza pelo pátio. Em um minuto já não ouvia os bramidos. Do lado oposto ao da luta, meninas brincavam correndo, dando gritinhos estridentes. Marcelo, uma criança mais nova, rabiscava a parede com giz. Juliano, que já estava na oitava série, mostrava uma a uma suas figurinhas, explicando-as para dois ouvintes. Luís Carlos e Mariana apenas conversavam, a uma distância povoadíssima, ainda ignorantes da palavra flerte. Gustavo tomava um copo de leite, pensando na morte da bezerra.

Agora calmo, o garoto pôs a mão no bolso. Apanhou três cubos rígidos. Sentou-se à bancada da merenda e começou a jogar dados com o Universo.