O entusiasmo
Certa vez dois casais de amigos peregrinavam pelos espantosos museus da Europa.
As duas mulheres flutuavam de óleo a óleo, ilustrando-se. Os homens, engenheiros convictos, já haviam extraído a primeira impressão de tudo e estavam enjoados com a sequência insuperável de madonnas com bambinos.
Uma hora andavam as mulheres bem apartadas dos maridos quando então os reencontraram, vendo-os adiante finalmente entretidos em uma das salas de pinturas.
Não era El Greco nem Rembrandt, mas um equipamento sofisticado que funcionava em um canto, próprio para manter a umidade e preservar as obras de arte.
Fulano e Beltrano podem achar que esta é uma história de bizarrice e cegueira. Para Sicrano — e para os personagens da história — o sentido é diferente. Feliz é quem encontra seu entretenimento no meio um mar de tédio. O entusiasmo espontâneo é a grande arma do homem na busca da felicidade.
E algo me diz que o tal aparelho seria a principal atração para Leonardo da Vinci, se ele ressuscitasse para visitar o museu...
1 comentários :
no meio do tédio a gente encontra além de entretenimento, reflexão...
Alex Menezes
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