Uma tarde em 2010 — alegria alegria!
Tarde de terça, sessão de gatos pingados. Mas com um filme vibrante, intenso e muito, muito inteligente.
Primeira coisa a aplaudir: as imagens mostram as apresentações completas. Você pode saborear com calma, numa sensação de tempo real, sem videoclipagens, interpolações ou qualquer outro bicho.
Também a aplaudir: o roteiro passeia com suavidade de um assunto a outro, de uma canção a outra, de uma entrevista a outra (as da época e as recente), sem solavancos. É simplesmente delicioso.
Mais aplausos: a seleção de falas dos entrevistados, que vão do anedótico ao profundo ao revelador, com muito equilíbrio.
E quando você começa a querer pensar que “aqueles tempos é que eram bons”, suas personagens, uma a uma, vêm lhe dizer que não, não têm saudades daquilo tudo.
Afinal, se um tempo é de fervor, de ativismo, de engajamento, muitas vezes isso se deve a uma condição geral cruel, que precisa ser combatida.
Para mim, que em 67 ainda estava a 5 anos de nascer, é mais fácil sentir a nostalgia do não vivido. Hoje os tempos são outros. Provavelmente melhores!
Existe muita coisa interessante por aí, belas experiências culturais e artísticas para vivermos. A diferença é que isso não passa mais na TV. Então parece que não existe.
Uma noite em 67, filme brilhante de Renato Terra e Ricardo Calil, vale ser visto e revisto muitas vezes. Já estou esperando pelo DVD, tomara que tenha muitos extras! Por exemplo: imagens de Elis Regina interpretando “O cantador”.
E agora vou terminando, que já estou atrasado para uma passeata contra a guitarra elétrica. Até mais!
1 comentários :
então, estou de cá coçando a artéria pra assistir a película. a moçada tem apontado bom estro. logo logo encontro por aqui.
abraços, Santoro!
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