segunda-feira, 10 de março de 2008

Juno


Assisti, gostei e recomendo. Ou, como se diz hoje em dia nos fóruns depois de uma ótima mensagem: "Onde é que eu assino?".

Sempre fui muito crítico do tal "Oscar da Academia", mas desta vez mandaram bem ao premiar a Diablo pelo roteiro de Juno.

Seus méritos não se limitam aos "diálogos inteligentes" comentados pelo nhã-nhã de José Wilker na transmissão da Globo — a virtude real dessa história é a visão humana dos personagens, distantes de qualquer maniqueísmo. Num filme de forte apelo para adolescentes, é maior a proeza. Basta de heróis e vilões, fadas e dragões!

Podemos sentir o carinho de Diablo por cada personagem que criou. É, na verdade, uma Deusa, que parece tê-los soprado mandando-os seguirem sozinhos, para então poder reprová-los numa cena e aplaudi-los na seguinte.

Se quiser uma crítica mais detalhada e interessante sobre o filme, recomendo esta de Fábio Andrade na Cinética (assista antes de ler!).

Ele tem toda a razão ao dizer que Juno frustra os preconceitos de quem foi ao cinema pensando que veriam somente o filme "fofinho" da vez.

Fica melhor ainda por ter comparado com Pequena Miss Sunshine: porque não tem comparação. O filme da kombi amarela é um divertido pedaço de duas horas, mas com muitos clichês e artifícios manjados. Talvez eu o reveja, por curiosidade, em 2028. Juno é para rever várias vezes, recomendar aos amigos, mostrar aos alunos e dar como exemplo aos roteiristas de Malhação...

Mais sobre o maniqueísmo

Contra o maniqueísmo: esta é uma importante "cruzada". Um duro desafio, que me faz ficar ainda mais contente com o surgimento de Juno. Em breve escreverei mais sobre isso. Enquanto não escrevo, vou recomendando esta leitura aqui: O que há de errado com o maniqueísmo. O autor desse artigo podia ter simplificado um pouco, mas pelo menos deu o recado.