Sangue negro
Paul Thomas Anderson fez alguns filmes excepcionais, como o vibrante Magnólia e o bonito Embrigado de amor. Desde este último, passaram-se cinco anos até sair Sangue negro (There will be blood).
Eu estava morrendo de curiosidade. Tanto que cometi a estupidez de ir ao cinema num sábado à tarde. Além de desembolsar a exorbitância de 36,00 (trinta e seis reais) para dois ingressos, só conseguimos nos sentar num local ruim, meio perto da tela.
Tive a sensação de que o nosso querido PTA guardou no bolso sua sensibilidade para personagens e situações modernas — e tentou fazer um épico kubrickiano. Os especialistas em cinematografia podem (tentar) me corrigir, mas música, fotografia e roteiro me fizeram sentir um cheiro de pastiche no ar.
O filme consegue "segurar" a gente por três horas, nem tive vontade de sair para ir o banheiro e esqueci um pouco o incômodo da posição na sala. Muitos podem considerar isso um belo elogio, mas, no meu caso, se estou com algumas caixinhas de Mentex, passo até mais tempo jogando Xadrez, sem lembrar da vida. Aliás, mesmo sem o Mentex, que engorda.
A que veio o filme? Daniel Day-Lewis mereceu o Oscar, mas seu personagem não me provocou nenhum interesse especial. Compare com os fortíssimos personagens criados por Anderson nos filmes anteriores: Julianne Moore, William Macy, Tom Cruise, Philippe Baker Hall e Philippe Seymour Hoffman em Magnólia, e os adoráveis Adam Sandler e Emily Watson em Embriagado de amor.
Agora é hora de superar o lustro perdido. Rezemos todos para que PTA não apareça em breve filmando um remake de Spartacus.
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